A encenação é minha, mas a interpretação é sua
- Antelmara Silva
- 17 de dez. de 2022
- 2 min de leitura
Pagamos o preço bem alto para a tão sonhada liberdade ilusoriamente alcançada e ironicamente vivida...
Quero correr o risco, expondo-me aos mais diversos comentários e julgamentos regidos de amor e ódio. Assim, julgados, atuamos através de papéis que nos fazem serem mocinhos ou vilões.
Mocinhos, mocinhas, com suas mais nobres posturas que percorrem os caminhos do politicamente correto, vitrine essa como exemplo da boa moral e dos bons costumes. Assim segue a cena tanto esperada pelos espectadores de plantão que aplicam olhares alheios e recheados de interpretações; estas se definem não pelo que foi apresentado literalmente, mas pelas subjetivas compreensões da cena, no ápice da metafórica ação do autor.
Existem esses espectadores de plantão que imprimem – quase sempre – seus pareceres regados de vontade suprimida e de julgamentos não mencionados na ausência de uma atuação real, a qual é moral.
Existimos! Com essa fidedigna afirmação, pagamos o preço bem alto para a tão sonhada liberdade ilusoriamente alcançada e ironicamente vivida. Essas ironias construídas, dia após dia no apogeu da nossa existência, fazem seus agradecimentos ao grande expoente do existencialismo que honrou os anos de 1889 a 1976, através de sua busca frenética para compreender esse ser que existe e precisa ser visto.
A esse fenômeno do existencialismo, Martin Heidegger, que se ocupou prioritariamente do problema do sentido da existência humana, em sua teoria ele investiga uma existência humana autêntica na idealização de que o ser humano mergulha em sua interioridade, assumindo seu legado e sua autoria nas mais belas obras, como nas mais estranhas também.
Heidegger aprofundou sua tese na autenticidade do sentido da vida; a consciência de que é um ser para a morte e deve viver intensamente. Mas, isso não nos ausenta de angústias que refletem da vocação de viver e de correr o risco no palco da vida de se ter certezas ou incertezas que apresentam suas interioridades, acionando um mundo externo que te julga; esquecendo por hora que a única certeza da vida é a morte exterminando o existencialismo.
E assim, apagam-se as luzes no palco da vida.
Antelmara Silva.
Pedagoga e licenciada em Filosofia.




Comentários