O mundo e suas representações
- Antelmara Silva
- 2 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de jan. de 2023
Sendo essência do ser humano a vontade, quero reverberar aqui que desconstruamos tudo o que aprendemos...
Uma chave querendo ser decifrada. Esse objeto é meu corpo querendo ser traduzido. Esse é o meu mundo, mas só posso lê-lo caso eu me permita virar essa chave e reconhecer suas manifestações, às vezes explicitas, outras vezes nem tanto. O “nem tanto” deixa lacunas anônimas que terão representação tão somente se eu vivê-las.
Muitas são as manifestações, mas aqui eu descrevo as humanas, que na sua essência traz objetivação da vontade, uma força cega e irracional que às vezes dói, mas que se faz necessário.
Vivendo o fluxo – nem sempre atenta aos detalhes que o empirismo me proporciona – o meu corpo, em certos momentos, é banhado pelas lágrimas que precisam ser enxugadas não por toalhas secas, mas úmidas que, mesmo molhadas, precisam ser metafisicamente transformadas em panos secos e intocáveis.
Não quero só viver, mas tentar (diante de minha capacidade) entender o meu mundo e quais significados eu apresento para construir com a leveza ou com a dureza dos meus desejos.
Para isso, serei audaciosa para deleitar-me em algumas digitais de Schopenhauer (importante expoente do pensamento ocidental), filósofo que traz em seu recorte temporal, no século XIX, o “em si das coisas”; ou seja, nossas mais ingênuas ou perversas vontades.
Sendo essência do ser humano a vontade, quero reverberar aqui que desconstruamos tudo o que aprendemos. Rompendo paradigma moderno-clássico, nós começamos a ter novos formatos e eu agradeço tais formatações.
O filósofo acreditava no amor como principio da vida, mas ironicamente não o relacionava com a felicidade. Nessas afirmações – finalmente – eu me encontrei, pois adentrei nesse mundo onde as dores das infelicidades e das frustrações fazem o equilíbrio do amor. Ele pode ser intenso e, ao mesmo tempo, morno.
Agora, sem mais delongas, sem respostas indubitáveis, tento encontrar diariamente as mais complexas receitas do amor, com ingredientes que vão surgindo junto à necessidade de transformar as dores em doses de felicidade (quase sempre momentâneas, mas necessárias) que equilibram essa jornada, chamada AMOR.
Antelmara Silva.
Pedagoga e licenciada em Filosofia.
Comments