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Às vezes o físico é subjetivo e o subjetivo é físico

As respostas nos afligem e nos fazem seguir assim - quase sempre - sem uma coerência conclusiva...

Queria muito entender o principio de tudo; como se deu a origem e a essência das coisas ao nosso entorno. Não sofro por querer o inédito [o não observado], mas acalento-me no que foi narrado, escrito, ventilado ao mundo... Tamanho prodígio nos constitui como um ser cultural que vive e reconta as histórias com lágrimas, alegrias e também com muita vergonha.


Voltando às minhas inquietações, eu retomo ao meu questionamento:


Como se deu a criação de tudo?


Buscando cumplicidade com a história ocidental, lá na antiga Grécia, no século VI a.C, retomo os passos dos primeiros filósofos pré-socráticos. Suas inquietações promoveram questionamentos seculares que sustentam até hoje algumas afirmações, ousando os mais complexos e observáveis fenômenos que incendiaram os palcos do saber, partindo do naturalismo ao existencialismo.


Natural é querer compreender o mundo? Acredito ser o principio de toda construção humana, mas nem sempre as respostas nos acalmam; às vezes nos afligem e desestabilizam o que buscamos, seguindo – assim – quase sempre sem resposta.


Nas primeiras explicações da antiga Grécia, os primeiros filósofos se rendiam aos quatro elementos da natureza: terra, água, fogo e o ar. O que seria de nós, simples mortais, sem essa observância? Com esses elementos, a vida se faz em seus ciclos constituídos de protagonistas e (claro) seus coadjuvantes – não tão menos importantes – que, sobretudo, se moldam tendo como auxiliador das histórias as suas substâncias, promovendo seus feitos à existência do ser. No entanto, esses feitos e [consequentemente] seus efeitos, nem sempre são percebidos, ainda que não lhes dado o devido valor, desconstruindo sua máxima importância no campo cientifico e, obviamente, no senso comum também.


Quero voltar a origem das coisas, sua essência! Assim como para os amantes do saber, contemplar os quatros elementos e descorrer no “ARCHÉ” que compõe e da origem ao universo, a essa busca nos faz compreender que percebê-los nos coloca em campo comum subjacente a toda existência.


A esses elementos, suas transformações ocasionam harmonia pelo entendimento da contrariedade. Materializando o pensamento, vamos pensando na seguinte lógica: “Estando frio, em algum momento foi quente; pensando em água, estando ela sólida, voltará a sua origem sem perder sua essência”.


Essas observâncias se fizeram lá na Grécia antiga.


Ainda ancorado na antiga Grécia, as investigações no Aristotelismo buscam as realidades que transcendem a experiência sensível, capaz de fornecer um fundamento a todas as ciências particulares, por meio da reflexão a respeito da natureza, dando-nos respaldo para sairmos do naturalismo e adentrar ao existencialismo, possibilitando nos ver como ser que transforma as coisas e que se transforma, também.


A essas metamorfoses resgatadas que se iniciam no físico e percorrem a subjetividade humana, declarado é que o naturalismo complementa o mundo das ideias, promovendo interpretações infinitas que transcendem os limites humanos.


Enfadados ficamos com tais questionamentos sobre a origem das coisas (não pelo seu valor a elas dado ou pelo seu "des-valor"), mas por ausência da sensibilidade de perceber o físico e tão pouco conectar-se à subjetividade humana tão cobiçada, mas pouca exercida.


Antelmara Silva.

Pedagoga e licenciada em Filosofia.

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